cap: 13,
Eis que volto a cena da vida, com ares de vida corrida e a sensação de ser esquecida naquilo que mais me apraz. O tempo, o relógio, a vida, que por vezes não finda de pedir um pouco aqui, um bucadin acolá.
E o lá que existe é onde moram os sonhos ?
...de esperanças festivas e de quem sabe algum dia...
Dia,noite,dia, madrugada vazia, o tic-tac constante, mas já não o bastante prá calar o silêncio sentido e profundo que a alma anseia poder captar, sentir e ultrapassar.
Ar, chuva, lembrança um gosto de quando criança achar o que ninguém mais viu.
Ver aquilo que outrora lá na casa da Aurora, brotava que nem a toalha na mesa, coberta por não mais conter...esconder da gente aquela fartura, aquele carinho contido dentro de cada pote fechado do doce que estragou de tanto que se olhou e não abriu.
O frio, o cinza, o nebuloso, o final de semana chuvoso e um tio todo orgulhoso que contava piadas sem graça, lá no meio da praça, com tamanha vontade que até nos fazia sorrir.
Cheiros, lembranças, fogueira e comilança, com rimas, modinhas e afins, jeito de ser querubim, achando que o fim não chegava e que a noite era encantada, já que na cabana feita de pano, o mundo era todo e só meu.
Orfeu, morreu...gritava a tia assustada, mas que gato maldito, eu já não havia dito, que o pote era prá festa da Esperança?
Não chore ele volta, bichos são anjos que te esperam no céu...
-no céu dos cachorros mamãe?
É sim, nesse aí...
E o fim justifica o começo com todo aquele arremesso, o forte o fraco e o afim???
Mas qual será o começo e o que é mesmo o fim?
Do que menina, pára de ficar escondida, sua tia já foi e você não vai mais.
Ufa, finalmente um dia só meu, sem sorrisos forçados, fofocas sobre supostos passados, ex namorados e gente que foi e não vem mais.
Um dia só meu, prá ler todas as linhas que não escrevi, ver os quadros que nunca pintei, ouvir as músicas que ele nem tocou.
Quanta melancolia...não, só tava lembrando da tia Lia, essa sim fabulosa, com jeito de fruta frondosa tirada do pé. Grama que agarra, toalha jogada, um tapa ou uma bofetada?
E agora o que eu faço?
Como mais um pedaço de bolo, viajo pra todos os lados e por onde passo acho que me acho e volto pra casa de novo, sentindo que nada é de novo, novo outra vez.
Mala arrumada, passagem comprada, uma vida tão esperada que já não vai vir.
O amigo que era e não é mais, amiga que foi sem nunca ter sido, o pobre do marido esquecido na casa já toda pintada com massa corrida pregada na parede do quarto vazio, que faz frio de noite e dia.
Poesia, esperança... uma vontade de entrar nessa dança e nunca mais parar.
Sonhar com o filme não visto, a viagem não feita...ora menina, cresça! Você já sabe de cor, que cor tem sua fala?
E fala, mais não permita que quem cala consinta e sinta-se bem por ter alguém a quem lhe provem, porque assim é mais fácil minha filha.
Não sonhe demais, viva...apenas, viva e sinta que a vida vale a pena e o coração nem condena quem ama demais.
Ele era o certo mas nunca viu, ela era certa e nem percebeu.
O que aconteceu com o gato?
Ele tem 7 vidas e se nessa não ganhou a corrida ainda tem de sobra mais 6.
E vocês vão para onde?
E esse onde fica longe?
Será que é muito distante daquilo que sinto constante com vontade de quero mais?
(Luciana Dias - agosto 2011)
Eis que volto a cena da vida, com ares de vida corrida e a sensação de ser esquecida naquilo que mais me apraz. O tempo, o relógio, a vida, que por vezes não finda de pedir um pouco aqui, um bucadin acolá.
E o lá que existe é onde moram os sonhos ?
...de esperanças festivas e de quem sabe algum dia...
Dia,noite,dia, madrugada vazia, o tic-tac constante, mas já não o bastante prá calar o silêncio sentido e profundo que a alma anseia poder captar, sentir e ultrapassar.
Ar, chuva, lembrança um gosto de quando criança achar o que ninguém mais viu.
Ver aquilo que outrora lá na casa da Aurora, brotava que nem a toalha na mesa, coberta por não mais conter...esconder da gente aquela fartura, aquele carinho contido dentro de cada pote fechado do doce que estragou de tanto que se olhou e não abriu.
O frio, o cinza, o nebuloso, o final de semana chuvoso e um tio todo orgulhoso que contava piadas sem graça, lá no meio da praça, com tamanha vontade que até nos fazia sorrir.
Cheiros, lembranças, fogueira e comilança, com rimas, modinhas e afins, jeito de ser querubim, achando que o fim não chegava e que a noite era encantada, já que na cabana feita de pano, o mundo era todo e só meu.
Orfeu, morreu...gritava a tia assustada, mas que gato maldito, eu já não havia dito, que o pote era prá festa da Esperança?
Não chore ele volta, bichos são anjos que te esperam no céu...
-no céu dos cachorros mamãe?
É sim, nesse aí...
E o fim justifica o começo com todo aquele arremesso, o forte o fraco e o afim???
Mas qual será o começo e o que é mesmo o fim?
Do que menina, pára de ficar escondida, sua tia já foi e você não vai mais.
Ufa, finalmente um dia só meu, sem sorrisos forçados, fofocas sobre supostos passados, ex namorados e gente que foi e não vem mais.
Um dia só meu, prá ler todas as linhas que não escrevi, ver os quadros que nunca pintei, ouvir as músicas que ele nem tocou.
Quanta melancolia...não, só tava lembrando da tia Lia, essa sim fabulosa, com jeito de fruta frondosa tirada do pé. Grama que agarra, toalha jogada, um tapa ou uma bofetada?
E agora o que eu faço?
Como mais um pedaço de bolo, viajo pra todos os lados e por onde passo acho que me acho e volto pra casa de novo, sentindo que nada é de novo, novo outra vez.
Mala arrumada, passagem comprada, uma vida tão esperada que já não vai vir.
O amigo que era e não é mais, amiga que foi sem nunca ter sido, o pobre do marido esquecido na casa já toda pintada com massa corrida pregada na parede do quarto vazio, que faz frio de noite e dia.
Poesia, esperança... uma vontade de entrar nessa dança e nunca mais parar.
Sonhar com o filme não visto, a viagem não feita...ora menina, cresça! Você já sabe de cor, que cor tem sua fala?
E fala, mais não permita que quem cala consinta e sinta-se bem por ter alguém a quem lhe provem, porque assim é mais fácil minha filha.
Não sonhe demais, viva...apenas, viva e sinta que a vida vale a pena e o coração nem condena quem ama demais.
Ele era o certo mas nunca viu, ela era certa e nem percebeu.
O que aconteceu com o gato?
Ele tem 7 vidas e se nessa não ganhou a corrida ainda tem de sobra mais 6.
E vocês vão para onde?
E esse onde fica longe?
Será que é muito distante daquilo que sinto constante com vontade de quero mais?
(Luciana Dias - agosto 2011)
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