Hoje parei para pensar sobre quem eu deveria escrever, e de repente me vi lembrando da infância, dos momentos que passamos e percebi que nunca escrevi sobre minha mãe e meu pai e sua estranha história de amor.
Escrevi sobre tanta gente, entrevistei tantas pessoas e Yarinha ia ficando de lado, sempre ao meu lado aliás. Meu pai distante, de mim e do meu trabalho, mas torcendo afinal pra tudo dar certo ou errado e eu veterinária estudar, rs.
Mas a medida que o tempo passava, fui realmente conhecendo meus pais com suas muitas qualidades,talentos e alguns defeitos... acho que eles estão mais para ganhar um roteiro inteiro...
Dona Yara é uma guerreira!
É a vanguarda da vanguarda!
Uma vencedora!
É encantadora!
É encantadora!
Tenho uma amiga cineasta que diz que o roteiro da nossa vida "privada" não daria nem para Spiellberg rodar...de tão ficcional, mas o que fazer se é real?
(exageros de Joana,a parte)
Tem uns capítulos realmente esquisitíssimos, mas afinal: "...a vida imita a arte ou a arte imita a vida?..."
Minha querida mãe em questão, nasceu na década de 40 no interior do Paraná numa família abastada, entre os irmãos,foi a única a fazer faculdade de filosofia e história.
Em Curitiba, Yarinha entrou para o diretório acadêmico e acabou virando presidente de lá... estava no centro das mudanças políticas do país em 64, na UFPR bem na época em que essas questões estavam aflorando e tentando ser "sufocadas" pelos militares e alguns políticos nacionais.
Numa viagem para conscientizar politicamente outros jovens, conheceu meu pai...
Aí começa a história de amor, ódio, garra, orgulho, dor, etc...adooooro.
É inspiradora, porque é rara, ah isso é!
Contrariando a tudo e a todos, ela se apaixonou perdidamente a primeira vista,
ele jurava que também... ela resolveu casar com o jovem... mas tinha um senão...ele era naquele momento seu motorista, contratado para a viagem em questão.
Se já não fosse um escândalo por si na família, ainda tinha mais...
nada era tão simples assim...
O jovem, estava fazendo aquele trabalho, por ter literalmente fugido de casa, da sua vida... e dos seus parentes.
Para contar essa história, preciso voltar um pouco na linha do tempo.
ele jurava que também... ela resolveu casar com o jovem... mas tinha um senão...ele era naquele momento seu motorista, contratado para a viagem em questão.
Se já não fosse um escândalo por si na família, ainda tinha mais...
nada era tão simples assim...
O jovem, estava fazendo aquele trabalho, por ter literalmente fugido de casa, da sua vida... e dos seus parentes.
Para contar essa história, preciso voltar um pouco na linha do tempo.
Josef o jovem por quem Yarinha se apaixonou, era um sonhador e realizador, mas...
De uma boa família, vinda para o país no pós guerra, era o caçula de três irmãos.
A mãe convertida ao catolicismo, desejava que o filho nunca saísse da cidadezinha onde viviam.
O pai, ortodoxo... não falava muito com os filhos...e acabou se separando muito cedo de todos.Meu pai cresceu entre plantações de fumo, e o hotel da família.
Aos 16 anos, criou sua própria rádio na cidade e aos 18, ingressou na Academia de Agulhas Negras no estado do Rio. Parecia promissor...
E tudo ia bem, até Dona Anna a matriarca da família, aparecer no quartel e resolver
trazê-lo de volta ao Paraná.
Tentou por razões emocionais persuadí-lo, não tendo êxito...forjou uma situação onde ele "seria" arrimo de família...
(lembrando que ele era o caçula...tendo pai, e irmão mais velho na época)
Dona Anna, sabia como conseguir exatamente o que queria...sempre soube.
Ele voltou e o motivo real, era que sua namorada na época, outra jovem... havia engravidado... querendo que o filho casasse, ela arrumou tudo a revelia.
Fato foi, que ao chegar em casa e descobrir o real intento, Jose literalmente fugiu...mas foi alcançado pelo próprio pai armado, na casa do irmão mais velho que já casado, morava numa cidade vizinha.
Não teve jeito, ele teve que casar.
Casou e teve duas filhas,e assim que o tempo passou... os ânimos se acalmaram...saiu um dia para comprar remédios,pediu que entregassem em casa e nunca mais voltou. Nada nobre essa ação aliás, mas não cabe a ninguém julgar.Ele se culpou durante toda a vida por ter aberto mão das filhas.
E tentou correr mais uma vez atrás dos seus ideais. Foi para Curitiba, entrou no CEFET e começou a trabalhar para se manter e pagar seus estudos de engenharia mecânica, já que foi praticamente excluído do seu clã.
Numa noite,na pensão de estudantes onde morava, apareceu um "freela"...
levar Yarinha de Moura e Dias e suas amigas para uma viagem pelo interior do Paraná por uma semana...e aí...
começou o "era uma vez"...
tudo outra vez,
lá do começo,
e como minha mãe casaria com meu pai que já era separado?
E como meus avós tradicionais explicariam que eles se conheceram, tendo ele sido contratado para ser seu motorista?
Muitas brigas, discussões, separações e lágrimas rolaram, até que o casal prá lá de apaixonado resolveu fugir e em outro país se casar, parece que funcionou, foram 43 anos de união, duas separações e dois casamentos de fato um com o outro de novo.
Detalhe: quando finalmente saiu a lei do divórcio no país, eles foram os primeiros a casar novamente para toda família poder comparecer e celebrar...o melhor, nesse eu e meu irmão também já estávamos!
E de recado meu pai deixou seu legado, para que ficasse bem claro que não era golpe do baú que ele pretendia dar!!!
Tentou por razões emocionais persuadí-lo, não tendo êxito...forjou uma situação onde ele "seria" arrimo de família...
(lembrando que ele era o caçula...tendo pai, e irmão mais velho na época)
Dona Anna, sabia como conseguir exatamente o que queria...sempre soube.
Ele voltou e o motivo real, era que sua namorada na época, outra jovem... havia engravidado... querendo que o filho casasse, ela arrumou tudo a revelia.
Fato foi, que ao chegar em casa e descobrir o real intento, Jose literalmente fugiu...mas foi alcançado pelo próprio pai armado, na casa do irmão mais velho que já casado, morava numa cidade vizinha.
Não teve jeito, ele teve que casar.
Casou e teve duas filhas,e assim que o tempo passou... os ânimos se acalmaram...saiu um dia para comprar remédios,pediu que entregassem em casa e nunca mais voltou. Nada nobre essa ação aliás, mas não cabe a ninguém julgar.Ele se culpou durante toda a vida por ter aberto mão das filhas.
E tentou correr mais uma vez atrás dos seus ideais. Foi para Curitiba, entrou no CEFET e começou a trabalhar para se manter e pagar seus estudos de engenharia mecânica, já que foi praticamente excluído do seu clã.
Numa noite,na pensão de estudantes onde morava, apareceu um "freela"...
levar Yarinha de Moura e Dias e suas amigas para uma viagem pelo interior do Paraná por uma semana...e aí...
começou o "era uma vez"...
tudo outra vez,
lá do começo,
e como minha mãe casaria com meu pai que já era separado?
E como meus avós tradicionais explicariam que eles se conheceram, tendo ele sido contratado para ser seu motorista?
Muitas brigas, discussões, separações e lágrimas rolaram, até que o casal prá lá de apaixonado resolveu fugir e em outro país se casar, parece que funcionou, foram 43 anos de união, duas separações e dois casamentos de fato um com o outro de novo.
Detalhe: quando finalmente saiu a lei do divórcio no país, eles foram os primeiros a casar novamente para toda família poder comparecer e celebrar...o melhor, nesse eu e meu irmão também já estávamos!
E de recado meu pai deixou seu legado, para que ficasse bem claro que não era golpe do baú que ele pretendia dar!!!
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