Sarah Cura,



Nem sei como explicar, por onde começar e o que escrever, mas preciso desabafar antes de desabar de novo e começar a chorar...
já chorei tanto de ontem pra cá, que meus olhos quase não abrem.

Como é que se pode amar tanto um ser tão pequenininho assim?
Costumo dizer que eles são anjos com patas...

Minha pequena Sarah nasceu em 28 de outubro de 2004... Filha de Jou-Jou e Channel. Uma linda pequena fera, filhote de spitz alemão, que no Brasil chamamos Lou-Lou da Pomerânia. Ganhei de um casal que eu amo, e são meus cumpadres.
Queria tanto ser mãe naquele ano, mas isso parece que não estava lá nos meus planos (superiores) e a gravidez esperada não aconteceu. Então, ganhei Sarah... 

Como fui buscá-la no Rio de Janeiro e morava na Chapada Diamantina, assim que saí da casa da Bia, passamos as duas num lindo pet shop e fizemos a festa, para tudo que ela iria querer e precisar. Eu querendo fazer enxoval de bebe, transferi toda minha vontade para Sarah...

Chegando no avião, ela era tão leve e pequena que embarcou comigo, pronta para ir no meu colo, que nada, era tão linda e quietinha que foi convidada pelo comandante da aeronave e viajou na cabine com a tripulação.

Sarah fazia sucesso onde chegava, as vezes por ser diferente, a maioria das vezes pela educação. Sempre foi uma lady, elegante até quando pulava nos rios e riachos lá noa Chapada. Adorava nadar na minha direção, só não gostava de piscina, acho que era o cloro  a incomodava, mas vez por outra lá vinha Sarah na piscina também.

Arteira nunca foi, sempre foi dona do lugar, esse...era onde estivesse, não deixava de rosnar para qualquer outro bicho dizendo, não mexa comigo não.

Conoscoos era só sorrisos e delicadezas. Vivia no colo e adorava sair prá passear. Viajou quietinha prá todo lugar, de carro, bote, barquinho, navio, lancha, uma vez de jet ski, de trem, de caminhão, caminhonete, charrete, o que importava é estar na confusão.
Dormia enquanto eu dormisse, e não gostava que ninguém viesse me acordar não.

Adorava ficar comigo na rede, tinha medo de fogos de artifício, o que no início era suave, nesse último ano, deixei meus planos prá lá, e fiquei com Sarah até o último traque estourar...Ainda bem que fiz isso, penso agora.
No tempo que eu estava no hospital, volta e meia vinha ela, escondida dentro da bolsa da minha mãe, só pra dar um sorriso e lambidas sinceras, que sempre me faziam bem a minha recuperação.

Ela era de todos da casa e simpática com os demais, só implicava com o Lourenço meu gato preto que é o dobro dela, mas ela não tinha medo não. Até minha rotweiller, tive que mudar de lugar, para Sarah parar de ir aperriar Nazareh na sua distração, Sarah roubava-lhe os ossos, comia da sua comida, só pra dizer, você não manda aqui não. E a diferença de tamanho, uma com quase 70 quilos e a outra no auge da gordura chegava a 4kg.

Sarah era assim, um tudo pra mim, metade filha, meio irmã, bicho de estimação, companheira fiel, presente em todas as horas e ocasiões. Recusei muitas viagens, quando diziam que Sarah não poderia ir...assim eu também não ia e fim da questão.

Mas do ano passado prá cá, o sopro no coração ficou mais evidente e também a fraqueza que tinha num pulmão...

Então ontem, cansada dessa vida e com outras obrigações, resolveu: aqui não quero mais ficar não, e partiu para em outro espaço morar.

A saudade é tanta, que só escrevo ou penso chorando,mas tinha que deixar aqui gravada  minha eterna gratidão, no sincerão.

Sarah, você sempre vai estar no meu coração!

2 comentários:

  1. Já passei por isso algumas vezes! É muita dor. Pros meus filhos ensinei que os animais, como o cão, vivem bem menos do que a gente, portanto estamos sujeitos a essas perdas. Arranje outro, logo! Quando essa dor amainar um pouco, vc vai se apaixonar por outra criaturinha e vai amá-la intensamente, como amou a Sarah. Grande beijo que possa confortar vc um pouquinho. Marcia Lima

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  2. obrigada amiga... vou tentar, assim q cicatrizar, bjs

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