Ilha de Marajó
Meus olhos ficaram encantados com as belezas exuberantes da Ilha, que é um espaço privilegiadíssimo no nosso planeta.
Por lá a chuva faz muita diferença na paisagem...parecem existir dois lugares distintos, um com e o outro sem chuva,
e chove muito...
Fui a trabalho a primeira vez, gravando o OI BRASIL , graças a ter dividio um final de semana com Fafá de Belém e Luciana Vendramini num spa em São Paulo, ouví-la falar da sua terra, me fez mudar o roteiro na época e ir correndo prá lá.
Para chegar na Ilha, saímos logo cedo de Belém de barco, poc-poc, lembro que a viagem nem pareceu demorar muito, pois dormi nos largos bancos o trajeto inteiro, lembro também que fazia um friozinho gostoso...acho que eram umas 5h da manhã!
Chegando na ilha de Marajó, fomos direto nas ruínas de Joanes, bonitas.
Em seguida no Soure, fui conhecer um artesão que mantêm as tradicões no jeito primitivo de criar suas autênticas peças marajoaras. Ele me encantou por ser genuíno,na arte, na simplicidade, devoção e respeito por seus ancestrais.
Ele explicou sua preocupação em não encontrar atualmente,novos alunos a quem pudesse passar o conhecimento que aprendeu ainda menino com sua avó. Triste em constatar que hoje em dia as crianças e os jovens de lá, não querem saber mais dessa cultura tão especial.
Ficamos hospedados em dois locais na ilha,na pousada dos Guarás e na Fazenda São Jerônimo.
Em ambas, é possível já no café da manhã dividir o espaço com aves exuberantes e iguarias "diferentes".
Uma curiosidade é a utilização dos búfalos pela guarda montada!
Eu mesma não resisti e dei uma de turista montando um búfalo, chamado DOURADO, lindo fofo e tranquilo...
Já assistir uma corrida de búfalos, assusta pelo "peso e barulho".
Um dos momentos mais encantadores foi visitar e conhecer a família de Mestre Damasceno, todos com aquela acolhida gentil e hospitaleira de gente do interior, que recebe todos como se fossem de casa e fui desafiada para uma partida de dominó!
Detalhe: Mestre Damasceno é um dos nomes mais respeitados por lá... pescador, pai de muitos filhos, bom marido, amigo da comunidade, repentista, compositor de carimbó e uma das pessoas mais alegres que conheci em toda minha vida.
Contou que pesca só com as mãos,ele pede a Deus, mergulha e sai com um peixe, pois DEUS coloca o peixe nas suas mãos.
Porque? Só fui saber algum tempo depois... ele perdeu totalmente a visão aos 19 anos, vítima de um choque elétrico, feliz por não ter morrido é uma das pessoas mais geniais, espirituosas e felizes que já conheci. Nada o faz desanimar e reclamar da vida. Quando o conheci, descobri que seria difícil encontrar nesse país outra alma como a dele, poucas conheci com essa grandeza e leveza de espírito,um exemplo na minha vida!
Milsalves para mestre DAMASCENO de Salvaterra, na Ilha de Marajó!
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