Dia desses, dando uma entrevista..."titubiei" quando me perguntaram; "...qual foi a melhor entrevista que você fez na vida...?"
Para não perder o costume indaguei:(?)
-Qual ou quem?
-ah, sei lá...o jovem respondeu.
Fora parecer meio óbvia essa pergunta,cá entre nós, imaginei...o que mais se há de perguntar?
Qual livro você está lendo?
Sua música preferida?
Uma cor?
E ri, lembrando do tempo em que essas eram as melhores perguntas que eu sabia fazer. Não sou celebridade, nem tão pouco famosa, ser entrevistada a essa altura já era um gesto de ternura de alguns alunos a quem anos atrás dei algumas dicas e aulas.
Refiz-me, aprumei-me e respondi;
"peraí" deixe-me lembrar... não foi uma, nem duas, nem três, posso citar várias de uma vez?
O jovem jornalista se animou,e em seguida viu a "roubada"... vai que ela não pára mais de falar e pega meu microfone...ai, ai...
E eu a princípio pensando que o mote era cinema, já que nessa área estou a algum tempo, mas não era...o que se há de fazer? Responder...
Copio e colo aqui, o que foi dito mais ou menos assim:
"Lembrar de qual, ou de quem, é difícil assim de uma vez, foram tantas por motivos tão diversos que vou tentar resumir prá você.
A primeira, inesquecível, foi com Fernando Bicudo, que ia estrear a ópera Katirina...pus óculos, calça Lee e camiseta branca, fiz cara de low profile, e na hora H, travei, não tinha a menor idéia do que perguntar, isso depois de ter imaginado as perguntas umas cem vezes mentalmente antes dele chegar. Mas Fernando, educado e inteligente, percebeu meu ar adolescente e começou a falar... falou, falou, deu ponto e vírgula, e ficou fácil de editar.
(pela generosidade, nunca vou esquecer a primeira vez, rs)
A segunda, na sequência foi boa, para tomar tenência e não deixar o ego se alojar.
Com a banda "Inimigos do Rei" em pleno auge, na turnê de 91,92,93(?) e eu me enganei, troquei nomes, errei e errei, tanto que eles pediram um copo de água com açucar, para eu me acalmar,(imagine a vergonha) serviu para me focar!!!Agradecida até hoje, sou aos três.
De lá prá cá, foram centenas, mais de mil talvez, entre anônimos e famosos muitas se tornaram referência, mas para não me estender vou citar as melhores de uma vez!
Francisco Brennand em Recife, ele avesso a dar entrevistas, doou-me 3,4 horas do seu tempo...e a Olaria, os jardins de Burle Marx ,o anfiteatro, telas, foi me mostrar...virou especial prá mim, e um ESPECIAL no ar!
Dona Zélia Gattai, miha amada e escolhida madrinha, abriu sua casa, sua alma e me recebeu ainda menina, como uma rainha, cheia de pompa para eu poder entrevistar, de cara foi dizendo que adorava meu trabalho na televisão, e que ela e Jorge não perdiam um dia da programação.
(se referindo ao 7+7) Foram muitas entrevistas até que meu irmão e a nossa produção, armaram uma surpresa...no dia do meu aniversário, Dona Zélia tornou-se por um dia a apresentadora de uma grande festa no ar na televisão!
Como poderia deixar de lembrar...
Oscar Niemeyer, a princípio também só nos cederia 10 minutos de tempo, que viraram duas horas inteiras,onde ele gentilmente fez chamada para o programa, me deu uma abração, contou piada e potoca, planos futuros aquela altura, e confidenciou histórias de Brasília da sua construção.
Recebi de presente um livro e uma dedicatória que guardo na memória e aqui divido...(quando a moral "tá" baixando, leio e sorrio, a vida melhora) até o ego desinflar...acalma o coração.
J. Borges, xilogravurista e cordelista formidável que mora em Bezerros-Pernambuco, onde construiu seu próprio Memorial ainda vivo, e nos foi indicado por Ariano Suassuna, adorei conhecer, ouvir, ver e passei a admirar...com trabalho nas artes sustentou a família, ensinou o ofício aos filhos e continua sorridente por lá.
Mestre Cícero, filho de Mestre Vitalino que mudou a vida do seu lugar... graças a sua alma de artista, na música e com o massapê a dar formas e inventar arte que brota do Alto do Moura , em Caruaru para no mundo inteiro brilhar!!!
Mestre Damasceno, Dona Sebastiana, Dona Rosa toda prosa, Monica nossa Madame Guerreira, toda faceira...
foram tantas que me sinto feliz só de lembrar... quantas histórias foram comigo divididas, algumas contidas nesse coração aqui... a morar, prá sempre vão estar!
Para não perder o costume indaguei:(?)
-Qual ou quem?
-ah, sei lá...o jovem respondeu.
Fora parecer meio óbvia essa pergunta,cá entre nós, imaginei...o que mais se há de perguntar?
Qual livro você está lendo?
Sua música preferida?
Uma cor?
E ri, lembrando do tempo em que essas eram as melhores perguntas que eu sabia fazer. Não sou celebridade, nem tão pouco famosa, ser entrevistada a essa altura já era um gesto de ternura de alguns alunos a quem anos atrás dei algumas dicas e aulas.
Refiz-me, aprumei-me e respondi;
"peraí" deixe-me lembrar... não foi uma, nem duas, nem três, posso citar várias de uma vez?
O jovem jornalista se animou,e em seguida viu a "roubada"... vai que ela não pára mais de falar e pega meu microfone...ai, ai...
E eu a princípio pensando que o mote era cinema, já que nessa área estou a algum tempo, mas não era...o que se há de fazer? Responder...
Copio e colo aqui, o que foi dito mais ou menos assim:
"Lembrar de qual, ou de quem, é difícil assim de uma vez, foram tantas por motivos tão diversos que vou tentar resumir prá você.
A primeira, inesquecível, foi com Fernando Bicudo, que ia estrear a ópera Katirina...pus óculos, calça Lee e camiseta branca, fiz cara de low profile, e na hora H, travei, não tinha a menor idéia do que perguntar, isso depois de ter imaginado as perguntas umas cem vezes mentalmente antes dele chegar. Mas Fernando, educado e inteligente, percebeu meu ar adolescente e começou a falar... falou, falou, deu ponto e vírgula, e ficou fácil de editar.
(pela generosidade, nunca vou esquecer a primeira vez, rs)
A segunda, na sequência foi boa, para tomar tenência e não deixar o ego se alojar.
Com a banda "Inimigos do Rei" em pleno auge, na turnê de 91,92,93(?) e eu me enganei, troquei nomes, errei e errei, tanto que eles pediram um copo de água com açucar, para eu me acalmar,(imagine a vergonha) serviu para me focar!!!Agradecida até hoje, sou aos três.
De lá prá cá, foram centenas, mais de mil talvez, entre anônimos e famosos muitas se tornaram referência, mas para não me estender vou citar as melhores de uma vez!
Francisco Brennand em Recife, ele avesso a dar entrevistas, doou-me 3,4 horas do seu tempo...e a Olaria, os jardins de Burle Marx ,o anfiteatro, telas, foi me mostrar...virou especial prá mim, e um ESPECIAL no ar!
Dona Zélia Gattai, miha amada e escolhida madrinha, abriu sua casa, sua alma e me recebeu ainda menina, como uma rainha, cheia de pompa para eu poder entrevistar, de cara foi dizendo que adorava meu trabalho na televisão, e que ela e Jorge não perdiam um dia da programação.
(se referindo ao 7+7) Foram muitas entrevistas até que meu irmão e a nossa produção, armaram uma surpresa...no dia do meu aniversário, Dona Zélia tornou-se por um dia a apresentadora de uma grande festa no ar na televisão!
Como poderia deixar de lembrar...
Oscar Niemeyer, a princípio também só nos cederia 10 minutos de tempo, que viraram duas horas inteiras,onde ele gentilmente fez chamada para o programa, me deu uma abração, contou piada e potoca, planos futuros aquela altura, e confidenciou histórias de Brasília da sua construção.
Recebi de presente um livro e uma dedicatória que guardo na memória e aqui divido...(quando a moral "tá" baixando, leio e sorrio, a vida melhora) até o ego desinflar...acalma o coração.
J. Borges, xilogravurista e cordelista formidável que mora em Bezerros-Pernambuco, onde construiu seu próprio Memorial ainda vivo, e nos foi indicado por Ariano Suassuna, adorei conhecer, ouvir, ver e passei a admirar...com trabalho nas artes sustentou a família, ensinou o ofício aos filhos e continua sorridente por lá.
Mestre Cícero, filho de Mestre Vitalino que mudou a vida do seu lugar... graças a sua alma de artista, na música e com o massapê a dar formas e inventar arte que brota do Alto do Moura , em Caruaru para no mundo inteiro brilhar!!!
Mestre Damasceno, Dona Sebastiana, Dona Rosa toda prosa, Monica nossa Madame Guerreira, toda faceira...
foram tantas que me sinto feliz só de lembrar... quantas histórias foram comigo divididas, algumas contidas nesse coração aqui... a morar, prá sempre vão estar!
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