Diferenças e costumes...
Quando cheguei no nordeste há uns 20 e poucos anos atrás, muitas diferenças gritavam aos meus olhos tão sulistas, e parecia realmente que estávamos em outro país.
Pela cor do mar exuberante verde azulado, pelos coqueiros e coqueirais...mas principalmente por causa de um rapaz, rsrsrs.
Estava eu fazendo aula de dança no Ceará, aprendendo os ritmos locais, ritmos esses bem diferentes do jazz e do ballet, que eu praticava quase com perfeição, rs.
Na época eu pintava constantemente e expus meus quadros na galeria de Inês Fiuza, até aí tudo igual.
Difícil era acertar o figurino, tínhamos a errada impressão de que no nordeste todo mundo era bronzeado, sarado e vivia de bermudão,como se estivessem na praia, já que na praia estão.
Desilusão, dei todo meu guarda-roupa em Curitiba antes de vir, e quando cheguei tive que comprar tudo outra vez... bermudas, não eram nem permitidas para entrar na televisão, e não aceitas em quase nenhuma ocasião, rs.
Já que se vestiam como a gente no sul, não importanto a diferença da temperatura, voltei ao figurino habitual.
Eis que fico amiga de um casal que me convida para sair numa quinta a noite, levando um pretendente a tira-colo, me avisaram que o lugar era o melhor de Fortaleza.
Pronto, roupinha de linho, meia fina creme e sapato de camurça, estava "arrasando quarteirão" (para os que não conhecem essa expressão é mais ou menos,...estava fantásticamente bem vestida para a ocasião)rs.
No horário marcado eles já estavam na minha casa, extremamente pontuais, com o jovem amigo no carro logo atrás, fomos todos para o tal lugar que eu iria amar.
Seguimos para o caminho contrário que estava habituada para jantar, fomos rumo a praia(?) e eu já não imaginava ao certo qual a programação... muitos carros estacionados, achamos um bom lugar segundo eles, tivemos "sorte" e descemos, então.
Meu susto, o lugar do jantar era uma barraca literalmente na praia(areia), eu olhei para a meia fina e o sapato já meio sem graça, quando avistamos aquelas mesinhas de plástico "coalhadas" de gente e "adoçica" era a música em profusão, imaginei rapidamente, uma festa do Beto Barbosa?
Não era não, era o costume da região, em Fortaleza toda quinta-feira é noite (dia) de comer carangueijo, obviamente com as mãos... com todo aquele ritual bizarro, de pauzinho de madeira na mão, tábua embaixo para apoiar, uma bacia para jogar os restos mortais dos pequenos... eu já assustada, aqui em cima não depilam ele não?
Claro que já havia comido o prato em questão, mas o aparato era um pouco diferente, e a cabeça na minha terra ninguém comia não...
E para achar uma mesa e poder se sentar...eu educada com sorriso amarelo, pensava o que estou fazendo aqui no meio?
Meus novos amigos gentis, e estranhamente bem arrumados, mas também não para aquela situação... perguntaram : tá gostando?
a resposta nada sincera: ôh...
Achada uma mesa, os meninos saíram correndo pegaram antes que alguém quisesse, quase preparados para sair no tapa se chegasse a precisão...minha amiga e o namorado sentaram, só tinham três cadeiras, então obviamente fui me acomodando para sentar na que sobrava, enquanto o futuro pretendente ia a puxando para mim...não...era para ele mesmo, quase caí no chão, fiquei eu em pé, no meio daquela pseudo multidão de devoradores vorazes, numa saia justa pela total falta de educação do moçoilo, que eu nunca mais quis ver , ah não...
Anos depois, participo do ritual, já armada, vou arrumada para a situação e vez por outra vejo algumas desavisadas, iguaizinhas a mim naquela noite inesquecível em questão, e sorrio sozinha baixinho, já pensando no camarão...
Quando cheguei no nordeste há uns 20 e poucos anos atrás, muitas diferenças gritavam aos meus olhos tão sulistas, e parecia realmente que estávamos em outro país.
Pela cor do mar exuberante verde azulado, pelos coqueiros e coqueirais...mas principalmente por causa de um rapaz, rsrsrs.
Estava eu fazendo aula de dança no Ceará, aprendendo os ritmos locais, ritmos esses bem diferentes do jazz e do ballet, que eu praticava quase com perfeição, rs.
Na época eu pintava constantemente e expus meus quadros na galeria de Inês Fiuza, até aí tudo igual.
Difícil era acertar o figurino, tínhamos a errada impressão de que no nordeste todo mundo era bronzeado, sarado e vivia de bermudão,como se estivessem na praia, já que na praia estão.
Desilusão, dei todo meu guarda-roupa em Curitiba antes de vir, e quando cheguei tive que comprar tudo outra vez... bermudas, não eram nem permitidas para entrar na televisão, e não aceitas em quase nenhuma ocasião, rs.
Já que se vestiam como a gente no sul, não importanto a diferença da temperatura, voltei ao figurino habitual.
Eis que fico amiga de um casal que me convida para sair numa quinta a noite, levando um pretendente a tira-colo, me avisaram que o lugar era o melhor de Fortaleza.
Pronto, roupinha de linho, meia fina creme e sapato de camurça, estava "arrasando quarteirão" (para os que não conhecem essa expressão é mais ou menos,...estava fantásticamente bem vestida para a ocasião)rs.
No horário marcado eles já estavam na minha casa, extremamente pontuais, com o jovem amigo no carro logo atrás, fomos todos para o tal lugar que eu iria amar.
Seguimos para o caminho contrário que estava habituada para jantar, fomos rumo a praia(?) e eu já não imaginava ao certo qual a programação... muitos carros estacionados, achamos um bom lugar segundo eles, tivemos "sorte" e descemos, então.
Meu susto, o lugar do jantar era uma barraca literalmente na praia(areia), eu olhei para a meia fina e o sapato já meio sem graça, quando avistamos aquelas mesinhas de plástico "coalhadas" de gente e "adoçica" era a música em profusão, imaginei rapidamente, uma festa do Beto Barbosa?
Não era não, era o costume da região, em Fortaleza toda quinta-feira é noite (dia) de comer carangueijo, obviamente com as mãos... com todo aquele ritual bizarro, de pauzinho de madeira na mão, tábua embaixo para apoiar, uma bacia para jogar os restos mortais dos pequenos... eu já assustada, aqui em cima não depilam ele não?
Claro que já havia comido o prato em questão, mas o aparato era um pouco diferente, e a cabeça na minha terra ninguém comia não...
E para achar uma mesa e poder se sentar...eu educada com sorriso amarelo, pensava o que estou fazendo aqui no meio?
Meus novos amigos gentis, e estranhamente bem arrumados, mas também não para aquela situação... perguntaram : tá gostando?
a resposta nada sincera: ôh...
Achada uma mesa, os meninos saíram correndo pegaram antes que alguém quisesse, quase preparados para sair no tapa se chegasse a precisão...minha amiga e o namorado sentaram, só tinham três cadeiras, então obviamente fui me acomodando para sentar na que sobrava, enquanto o futuro pretendente ia a puxando para mim...não...era para ele mesmo, quase caí no chão, fiquei eu em pé, no meio daquela pseudo multidão de devoradores vorazes, numa saia justa pela total falta de educação do moçoilo, que eu nunca mais quis ver , ah não...
Anos depois, participo do ritual, já armada, vou arrumada para a situação e vez por outra vejo algumas desavisadas, iguaizinhas a mim naquela noite inesquecível em questão, e sorrio sozinha baixinho, já pensando no camarão...
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