como se conheceram meu pais...

Hoje parei para pensar sobre quem eu deveria escrever, e de repente me vi lembrando da  infância, dos momentos que passamos e percebi que nunca escrevi sobre minha mãe e meu pai e sua estranha história de amor.

Escrevi sobre tanta gente, entrevistei tantas pessoas e Yarinha ia ficando de lado, sempre ao meu lado aliás. Meu pai distante, de mim e do meu trabalho, mas torcendo afinal pra tudo dar certo ou errado e eu veterinária estudar, rs.

Mas a medida que o tempo passava, fui realmente conhecendo meus pais com suas muitas qualidades,talentos e alguns  defeitos... acho que eles estão mais para ganhar um roteiro inteiro...
Dona Yara é uma guerreira!
É a vanguarda da vanguarda!
Uma vencedora!
É encantadora! 

Tenho uma amiga cineasta que diz que o roteiro da nossa vida "privada" não daria nem para Spiellberg rodar...de tão ficcional, mas o que fazer se é real?

(exageros de Joana,a parte)

Tem uns capítulos realmente esquisitíssimos, mas afinal: "...a vida imita a arte ou a arte imita a vida?..."

Minha querida mãe em questão, nasceu na década de 40 no interior do Paraná numa família abastada, entre os irmãos,foi a única a fazer faculdade de filosofia e história.

Em Curitiba, Yarinha entrou para o diretório acadêmico e acabou virando presidente de lá... estava no centro das mudanças políticas do país em 64, na UFPR bem na época em que essas questões estavam aflorando e tentando ser "sufocadas" pelos militares e alguns políticos nacionais.

Numa viagem para conscientizar politicamente outros jovens, conheceu meu pai...
Aí começa a história de amor, ódio, garra, orgulho, dor, etc...adooooro.

É inspiradora, porque é rara, ah isso é!
Contrariando a tudo e a todos, ela se apaixonou perdidamente a primeira vista,
ele jurava que também... ela resolveu casar com o jovem... mas tinha um senão...ele era naquele momento seu motorista, contratado para a viagem em questão.

Se já não fosse um escândalo por si na família, ainda tinha mais...

nada era tão simples assim...



O jovem, estava fazendo aquele trabalho, por ter literalmente fugido de casa, da sua vida... e dos seus parentes.
Para contar essa história, preciso voltar um  pouco na linha do tempo.

Josef o jovem por quem Yarinha se apaixonou, era um sonhador e realizador, mas...
De uma boa família, vinda para o país no pós guerra, era o caçula de três irmãos.
A mãe convertida ao catolicismo, desejava que o filho nunca saísse da cidadezinha onde viviam.
O pai, ortodoxo... não falava muito com os filhos...e acabou se separando muito cedo de todos.
Meu pai cresceu entre plantações de fumo, e o hotel da família.
Aos 16 anos, criou sua própria rádio na cidade e aos 18, ingressou na Academia de Agulhas Negras no estado do Rio. Parecia promissor...


E tudo ia bem, até Dona Anna a matriarca da família, aparecer no quartel e resolver
trazê-lo de volta ao Paraná.
Tentou por razões emocionais  persuadí-lo, não tendo êxito...forjou uma situação onde ele "seria" arrimo de família...
(lembrando que ele era o caçula...tendo pai, e irmão mais velho na época)
Dona Anna, sabia como conseguir exatamente o que queria...sempre soube.


Ele voltou e o motivo real, era que sua namorada na época, outra jovem... havia engravidado... querendo que o filho casasse, ela arrumou tudo a revelia.


Fato foi, que ao chegar em casa e descobrir o real intento, Jose literalmente fugiu...mas foi alcançado pelo próprio pai armado, na casa do irmão mais velho que já casado, morava numa cidade vizinha.
Não teve jeito, ele teve que casar.

Casou e teve duas filhas,e assim que o tempo passou... os ânimos se acalmaram...saiu um dia para comprar remédios,pediu que entregassem em casa e nunca mais voltou. Nada nobre essa ação aliás, mas não cabe a ninguém julgar.Ele se culpou durante toda a vida por ter aberto mão das filhas.

E tentou correr mais uma vez atrás dos seus ideais. Foi para Curitiba, entrou no CEFET e começou a trabalhar para se manter e pagar seus estudos de engenharia mecânica, já que foi praticamente excluído do seu clã.
Numa noite,na pensão de estudantes onde morava, apareceu um "freela"...
levar Yarinha de Moura e Dias e suas amigas para uma viagem pelo interior do Paraná  por uma semana...e aí...
começou o "era uma vez"...

tudo outra vez,
lá do começo,
e como minha mãe casaria com meu pai que já era separado?
E como meus avós tradicionais explicariam que eles se conheceram, tendo ele sido contratado para ser seu motorista?
Muitas brigas, discussões, separações e lágrimas rolaram, até que o casal prá lá de apaixonado resolveu fugir e em outro país se casar, parece que funcionou, foram 43 anos de união, duas separações e dois casamentos de fato um com o outro de novo.

Detalhe: quando finalmente saiu a lei do divórcio no país, eles foram os primeiros a casar novamente para toda família poder comparecer e celebrar...o melhor, nesse eu e meu irmão também já estávamos!



E de recado meu pai deixou seu legado, para que ficasse bem claro que não era golpe do baú que ele pretendia dar!!!

Mestre Damasceno

Viagem inesquecível...


Ilha de Marajó

Meus olhos ficaram encantados com as belezas exuberantes da Ilha, que é um espaço privilegiadíssimo no nosso planeta.
Por lá a chuva faz muita diferença na paisagem...parecem existir dois lugares distintos, um com e o outro sem chuva,
e chove muito...
Fui a trabalho a primeira vez, gravando o OI BRASIL , graças a ter dividio um final de semana com Fafá de Belém e Luciana Vendramini num spa em São Paulo, ouví-la falar da sua terra, me fez mudar o roteiro na época e ir correndo prá lá.
Para chegar na Ilha, saímos logo cedo de Belém de barco, poc-poc, lembro que a viagem nem pareceu demorar muito, pois dormi nos largos bancos o trajeto inteiro, lembro também que fazia um friozinho gostoso...acho que eram umas 5h da manhã!

Chegando na ilha de Marajó, fomos direto nas ruínas de Joanes, bonitas.
Em seguida no Soure, fui conhecer um artesão que mantêm as tradicões no jeito primitivo de criar suas autênticas peças marajoaras. Ele me encantou por ser genuíno,na arte, na simplicidade, devoção e respeito por seus ancestrais.
Ele explicou sua preocupação em não encontrar atualmente,novos alunos a quem pudesse passar o conhecimento que aprendeu ainda menino com sua avó. Triste em constatar que hoje em dia as crianças e os jovens de lá, não querem saber mais dessa cultura tão especial.


Ficamos hospedados em dois locais na ilha,na pousada dos Guarás e na Fazenda São Jerônimo.
Em ambas, é possível já no café da manhã dividir o espaço com aves exuberantes e iguarias "diferentes".
Uma curiosidade é a utilização dos búfalos pela guarda montada!
Eu mesma não resisti e dei uma de turista montando um búfalo, chamado DOURADO, lindo fofo e tranquilo...
Já assistir uma corrida de búfalos, assusta pelo "peso e barulho".


Um dos momentos mais encantadores foi visitar e conhecer a  família de Mestre Damasceno, todos com aquela acolhida gentil e hospitaleira de gente do interior, que recebe todos como se fossem de casa e fui desafiada para uma partida de dominó!
Detalhe: Mestre Damasceno é um dos nomes mais respeitados por lá... pescador, pai de muitos filhos, bom marido, amigo da comunidade, repentista, compositor de carimbó e uma das pessoas mais alegres que conheci em toda minha vida.


Contou que pesca com as mãos,ele pede a Deus, mergulha e sai com um peixe, pois DEUS coloca o peixe nas suas mãos.
Porque? Só fui saber algum tempo depois... ele perdeu totalmente a visão aos 19 anos, vítima de um choque elétrico, feliz por não ter morrido é uma das pessoas mais geniais, espirituosas e felizes que já conheci. Nada o faz desanimar e reclamar da vida. Quando o conheci, descobri que seria difícil encontrar nesse país outra alma como a dele, poucas conheci com essa grandeza e leveza de espírito,um exemplo na minha vida!

Milsalves para  mestre DAMASCENO de Salvaterra, na Ilha de Marajó!

Sarah Cura,



Nem sei como explicar, por onde começar e o que escrever, mas preciso desabafar antes de desabar de novo e começar a chorar...
já chorei tanto de ontem pra cá, que meus olhos quase não abrem.

Como é que se pode amar tanto um ser tão pequenininho assim?
Costumo dizer que eles são anjos com patas...

Minha pequena Sarah nasceu em 28 de outubro de 2004... Filha de Jou-Jou e Channel. Uma linda pequena fera, filhote de spitz alemão, que no Brasil chamamos Lou-Lou da Pomerânia. Ganhei de um casal que eu amo, e são meus cumpadres.
Queria tanto ser mãe naquele ano, mas isso parece que não estava lá nos meus planos (superiores) e a gravidez esperada não aconteceu. Então, ganhei Sarah... 

Como fui buscá-la no Rio de Janeiro e morava na Chapada Diamantina, assim que saí da casa da Bia, passamos as duas num lindo pet shop e fizemos a festa, para tudo que ela iria querer e precisar. Eu querendo fazer enxoval de bebe, transferi toda minha vontade para Sarah...

Chegando no avião, ela era tão leve e pequena que embarcou comigo, pronta para ir no meu colo, que nada, era tão linda e quietinha que foi convidada pelo comandante da aeronave e viajou na cabine com a tripulação.

Sarah fazia sucesso onde chegava, as vezes por ser diferente, a maioria das vezes pela educação. Sempre foi uma lady, elegante até quando pulava nos rios e riachos lá noa Chapada. Adorava nadar na minha direção, só não gostava de piscina, acho que era o cloro  a incomodava, mas vez por outra lá vinha Sarah na piscina também.

Arteira nunca foi, sempre foi dona do lugar, esse...era onde estivesse, não deixava de rosnar para qualquer outro bicho dizendo, não mexa comigo não.

Conoscoos era só sorrisos e delicadezas. Vivia no colo e adorava sair prá passear. Viajou quietinha prá todo lugar, de carro, bote, barquinho, navio, lancha, uma vez de jet ski, de trem, de caminhão, caminhonete, charrete, o que importava é estar na confusão.
Dormia enquanto eu dormisse, e não gostava que ninguém viesse me acordar não.

Adorava ficar comigo na rede, tinha medo de fogos de artifício, o que no início era suave, nesse último ano, deixei meus planos prá lá, e fiquei com Sarah até o último traque estourar...Ainda bem que fiz isso, penso agora.
No tempo que eu estava no hospital, volta e meia vinha ela, escondida dentro da bolsa da minha mãe, só pra dar um sorriso e lambidas sinceras, que sempre me faziam bem a minha recuperação.

Ela era de todos da casa e simpática com os demais, só implicava com o Lourenço meu gato preto que é o dobro dela, mas ela não tinha medo não. Até minha rotweiller, tive que mudar de lugar, para Sarah parar de ir aperriar Nazareh na sua distração, Sarah roubava-lhe os ossos, comia da sua comida, só pra dizer, você não manda aqui não. E a diferença de tamanho, uma com quase 70 quilos e a outra no auge da gordura chegava a 4kg.

Sarah era assim, um tudo pra mim, metade filha, meio irmã, bicho de estimação, companheira fiel, presente em todas as horas e ocasiões. Recusei muitas viagens, quando diziam que Sarah não poderia ir...assim eu também não ia e fim da questão.

Mas do ano passado prá cá, o sopro no coração ficou mais evidente e também a fraqueza que tinha num pulmão...

Então ontem, cansada dessa vida e com outras obrigações, resolveu: aqui não quero mais ficar não, e partiu para em outro espaço morar.

A saudade é tanta, que só escrevo ou penso chorando,mas tinha que deixar aqui gravada  minha eterna gratidão, no sincerão.

Sarah, você sempre vai estar no meu coração!

MOONLIGHT SERENADE

na Bahia!

Vivi muitos anos na Bahia, e de lá guardo muitas histórias...boas e nem tão boas assim, jocosas, divertidas, perigooosas e algumas engraçadas, estão gravadas em mim.

Como o dia melhor (noite) em que meu carro foi roubado em Piatã, na frente da casa da Lelé, o dia...já era difícil, dia dos namorados e eu recém tinha acabado...outro babado...

Meus amigos resolveram me levar para esse jantar de celebração...vários casais e eu...(animado...rs) quando saio vejo meu carro arrombado e tudo que nele estava guardado...já não estava mais ali não.

No dia seguinte arrasada, mencionei o fato no meu programa diário na televisão, e não é que prá minha (nossa) surpresa, depois de assistirem ao meu apelo, pelas pastas e agenda de trabalho...telefonaram de um orelhão, dizendo para eu ir sozinha perto de um buracão, buscar minhas coisas ...

Fui com meu irmão, acho que o Marcos e o Rodrigão, e não é que estava tudo espalhado mesmo no chão do lugar, o que para eles não tinha valor, para mim era o mapa da mina em questão...

Se eles soubessem decodificar os nomes e os endereços de telefones bacanas que existiam naquele agendão...rsrsr.

Para cada artista eu sempre colocava um codinome, prá proteger a privacidade dos tais, e não é que funcionou duplamente, a agenda na minha mão...e os tefefones não descobertos!

Impossível não ser grata ao povo baiano, mesmo me assaltando (esses em questão) eram meus telespectadores honestos, me devolveram o que eu mais precisava,
depois disso, foi uma festa lá na nossa produção!
   

para Orungan

Salve, salve!

Hoje um amigo da Bahia, me contou que está enchendo as caixas, esvaziando as gavetas e lidando com a partida do emprego...

Lembro que já passei por isso também e que não é fácil esse momento de incertezas, essa sensação de impotência, de final de ciclo...

Mas recomeçar é sempre bom,
conhecer gente nova, ficar mais humilde e tentar entender quais as razões de fato, fizeram você não ser escolhido prá ficar...

Se reciclar, reinventar, se conhecer e tentar ouvir a voz do coração...
Você estava 100% envolvido nesse antigo trabalho? Sentia que ele era sua missão?
Se não, agradeça o tempo vivido, levante...sacuda a poeira e dê a volta por cima!!!

Bóra partir para aquele antigo ou novo sonho, que pode estar ali...a um quarteirão!!??

Você, filho de gente guerreira, sensível e com bons ideais no coração, não se deixe magoar não. E quer saber, porque sumi do 7+7 ?  Foi mais ou menos assim:
Ganhei um estágio genial em Londres e por ingenuidade fui avisar ao meu diretor na televisão... de surpresa no dia seguinte, recebi um telefonema, recebendo a minha demissão.

A viagem aconteceria só depois de quatro meses, avisei antes, porque achei que ele vibraria e que ainda poderíamos usar meu estágio para passar o que aprendesse para os colegas da emissora...nada, ele sabe-se lá porque "garrou um ódio" de mim,
e foi assim, da noite pro dia que perdi meu programa naquela época na televisão.

Mas quer saber, fora a depressão que rolou em paralelo e indiguinação, viajei, aprendi mais sobre a vida, voltei e estreiei na mesma emissora, só que em caráter nacional, no 21 o Calçadão.

Então nunca sabemos se o que parece uma benção é uma maldição ou vice e versa. Só sei que prá mim,valeu a pena. Ouvi a voz do meu coração, ganhei mais experiência, audiência e na época um dinheirão!

rsrsr,
Se anime aí,
ouça a sua verdade, e nela coloque toda a sua disposição!

bjão

Zé Augusto Berbert no Oi Brasil

Zé Augusto Berbert de Castro

cap: 31

Já faz alguns dias que venho pensando nessa grande e genial figura que tive o privilégio de conhecer, entrevistar, visitar, trocar idéias e me tornar amiga...
Zé Augusto, conhecido durante anos como o mais raivoso homofóbico brasileiro,(rs)...não era nada disso, certa vez me confidenciou que nem homofóbico era de verdade, já tinha se arrependido de um dia sê-lo,porém gostava da polêmica...e era orgulhoso demais para se desdizer!

Ele não parecia em nada com um tiozinho, avô...normal,além da aparência prá lá de carismática e simpática. Era sim uma enciclopédia ambulate, dono de uma memória incrível e de uma cultura exemplar. Além de médico, jornalista era um excelente marido, pai e avô.
Todas as vezes que visitava a casa do Rio Vermelho, dona Lícia me recebia com carinho, como se fosse alguém da família, sempre impecável, linda e gentilíssima... ambos pareciam mais um casal de eternos namorados.

Quando entrávamos no escritório que ficava fora da casa, ele sempre apontava o final do terreno e dizia; "Jorge e Zélia moram ali, somos vizinhos de fundos"...fazia outros trocadilhos engraçados com o fato e certa vez, encontrei minha amada Dona Zélia lá, fazendo uma visita rapidinha.

Quando enfim, entrávamos no "seu" espaço, dona Lícia delicadamente nos deixava a porta, perguntava se queríamos beber algo e deixava o marido contar suas histórias geniais sozinho.

Ver seu álbuns de fotos, era uma viagem ao paraíso cinematografico...Zé Augusto Berbert esteve a convite dos estúdios em Hollywood, várias vezes em Los Angeles e guardava as histórias,conversas e situações pitorescas que passou com seus novos amigos de infância...os astros da década de 60 e 70.

Ser o crítico de cinema a mais tempo em atividade no Brasil, não o deixava "esnobe não", na verdade...não se considerava crítico de cinema coisa nenhuma, dizia que o povo gostava de ler sua coluna, por ele escrever como platéia para platéia.

Exatamente por isso era genial, não queria ser pseudo intelectual nas linhas, ele já era no ser...então traduzia para simples mortais o que via e sabia como ninguém comentar.

Foi lá também que soube da amizade dele e Jorge Amado, vi vários livros que o amigo trazia de suas viagens autografados para Berbert, e ele contando emocionado que Jorge quando estava ganhando um livro por exemplo de Neruda, dizia: "...autografa aí para o meu amigo Zé lá da Bahia, ele vai gostar..."

E assim por anos seguiu, mantendo a tradição. Ah, Zé além de ex-excomungado e ter escrito um livro sobre o tema, também é personagem em livros de Jorge Amado(O Sumiço da Santa). E atuou no filme Tenda dos Milagres.

Foi lá também que soube que irmã Dulce que era sua prima carnal, adorava jogar futebol.
Como médico, trabalhou anos lado a lado com a prima nas Obras Sociais. Se dizia ateu, graças a Deus...bobagem, era um homem de uma enorme fé.
A última vez em que nos encontramos aliás, foi na Missa de Irmã Dulce em 2006, quando eu estava acompanhada de minha mãe e Dulcinha sua prima também, entregando a minha cadeira de rodas e muletas para Dom Geraldo Magela... ele ao me ver, começou a chorar e acabei eu, recém aprendido a andar novamente,o  amparando.

Ele era cá entre nós, uma manteiga derretida, de um coração enorrrrrme e nobre demais para as épocas atuais. Um homem dos anos 20, que durante 60 anos manteve sua coluna no jornal A Tarde, sempre atualíisimo e antenado demais.

E tem mais, foi ele também que me confidenciou que o Major Nelson, personagem vivido por Larry Hagman, aquele mesmo da Jeannie é um gênio, tinha vivido antes da série em Salvador, e era seu vizinho, ambos se reencontraram em Hollywood e Zé acabou fazendo uma ponta num dos episódios da série, onde depois de uma piscada, virava um coqueiro...

Que saudade daquelas prosas saborosas...que falta ennnorme sua nobreza me faz! Pronto, escrevi sobre alguém que como jornalista me encantou e como ser humano me emocionou!

SINCRONICIDADE?!

Muito já foi dito sobre essa "palavra" mas
 muito mais é percepitível  quando nos
 deparamos com o fato.
Fato esse, que acontece como se "todo o
 Universo estivesse conspirando para isso
 acontecer"... e está.
Somos co-criadores do nosso mundo, tal qual o
 vemos, pensamos e imaginamos.
 Nosso pensamento bem dirigido, realmente
 remove montanhas ou as coloca sobre nosso
 próprio caminho, como um enorrrme obstáculo.

 Somos nós quem "inventamos" os capítulos
 mais engraçados e desastrosos também. Lendo,
 parece meio pernóstico e afirmativo demais,
 mas creia, é assim mesmo.

Quando você pensa muito em algo , e envolve um

 sentimento nesse pensamento, ele literalmente

 ganha força e acontece. Tanto para o bem como

para o não tão bem assim.

Se ficarmos pensando: "sempre me atraso,

 sempre as melhores vagas são preenchidas

 antes da minha chegada", páre para
 observar por um tempo e assim sempre será.
 Verdade para o oposto absoluto, você, eu, Ele
 criamos nossa própria história nessa Terra
 onde agora estamos. Muito esotérico, pseudo
espiritual? Não, chega a ser comprovado
 física e cientificamente a partir dos
 átomos e moléculas. É tão simples que parece
 que preferimos complicar. Posso narrar muitas
 e muitas histórias por mim vividas e
 comprovadas de que crio para todos os lados
 em minha vida, bons momentos e ruins, você
também o faz e talvez não tenha notado, ou até

 tenha. É mais fácil atribuir essa CRIAÇÃO a

algo mais ...
misterioso, inatingível ou irreal.

Do tipo " eu não acredito em bruxas, mas que

 elas existem...existem".

 Somos nós mesmos, nossos
 anjos e demônios, salvadores e algozes, mas
 até relembrarmos isso, sofremos com um monte
 de "perseguidores", más energias, olho
gordo, inveja, etc, etc, etc..."

Não estou dizendo que maldades não existam ,  

 de certa forma, acreditando nelas damos mais

 força  para que se solidifiquem, mas entender

 que somos um com Deus, somos realmeente seus
 "filhos", fazemos parte da Santíssima
 Trindade, somos co-criadores desse Universo,
 parece extraordinário ou ingênuo demais. Vou
 além, certa vez escutei de uma amiga que me
 repreendeu dizendo; "não é o que se diz, é
como se diz..."  Podemos aprender pelo amor ou
pela dor. Se escolhermos o amor, a vida fica
mais harmoniosa , equilibrada e ganha sentido.
 Se escolhermos a dor, criaremos muitas
 situações onde vamos experimentá-la,
 repetidas vezes, até decidir sair dessa roda
 de samsara.
Eu a partir de hoje, escolho aprender nessa
vida pelo amor! Acreditando que o outro lá
fora, também é parte de mim, só verei o bem
onde quer que eu vá, e mesmo que algo nem tão
belo assim aconteça, a lição é perdoar
 e seguir em frente...cansei de repetir a
mesma lição, por isso tomei essa decisão.

gift box

cap: 29


Hoje, pensando um pouco na vida, coisa que faço muito ultimamente...
pensei em algumas maneiras simples e facílimas de tentar melhorar a minha vida,a dos demais e do planeta...sem desculpas para isso ser trabalhoso:

Simplificando tudo no momento, passei a noite não dormida criando metas;

desde fechar realmente a torneira enquanto escovo os dentes,
a parar de esquecer a sacola retornável quando vou fazer compras,
a não comprar nada feito em países que usam mão de obra escrava ou infantil,
etc, etc, etc...
e a finalmente ter coragem de ensinar de fato aquilo que sei e ter humildade para aprender aquilo que finjo saber.

Nada como uma noite não dormida para mudarmos nossa vida e a do mundo inteiro também...rs.

Pois bem, mexendo em minhas correspondências recentes, encontrei uma carta;
(raridade em tempos de twitter, facebook, msn e sms)
isso mesmo, uma carta de uma amiga que mora no interior da Bahia, a qual certa vez, mandei uma caixa repleta de gifts carinhosos.


(livros já lidos, bolsas que nunca usei, sapatos idem, roupinhas,cds, dvs,canetas...tudo que encontrei sobrando em uma das minhas mudanças e não cabiam mais nas caixas..."

Meio que: "fenguishuizei" a vida!

Pois bem, minha amiga narrou na missiva o quanto ficou feliz com a "gift box" e como foi divertido dar sentido as "coisas" enviadas, mas principalmente ao amor nelas contido...

Ela aproveitou para dar uma olhada no seu guarda-roupas, e também fez uma outra caixa e enviou a uma prima que mora em Bento Gonçalves,

 (se lembrou que morava numa região quente e não precisava de tantos cachecóis,casacos, mantinhas, blusas de lã, etc, etc...)
coisas que vinha guardando e nunca usava.

A carta me contava o que a caixa representou para prima, que por sua vez, mandou de volta para outra amiga delas em comum,e você já pode imaginar onde isso vai dar...

Então lembrei do sincerão aqui, que tal, dar uma olhada com carinho nesse fim de semana ou no próximo...naquelas coisinhas que entopem o armário, foram caras, vindas de momentos impulsivos,ou meramente consumistas, etc...e na real não tem a menor utilidade?

Ao invés de deixar prá depois, que tal dar espaço ao novo em sua vida, abrindo mão daquilo que não "te pertence" mais???
Arrumar uma caixa, um endereço de alguém que vc quase esqueceu que ama, pelo tempo, distância ou anyway... e experimentar uma das melhores sensações da vida???
...a do DESAPEGO!!!

O desapego com carinho e amor, pode representar muito, muito mesmo para alguém que não seja apenas...si mesmo(a).

Vamos exercitar os músculos do coração,
do rosto...

dos braços...
criando assim sorrisos de surpresa?
Todos temos nossos amigos que há muito não falamos, sabemos a respeito, primos que nunca temos tempo de visitar mas por quem guardamos aquele carinho com gosto de infância feliz???

Cá entre nós:

"a gente só é verdadeiramente feliz, quando faz alguém feliz"!

Bóra tentar?

Love

me sinto conivente...

Cap: 28

Hoje aconteceu de uma culpa chegar...
até que ponto eu sou responsável,
ou não sou,
ou todos somos,
pelas mazelas e sequelas do mundo? 

Nunca gostei muito dos círculos onde todos  descascam qualquer ser ou assunto como exímios juízes e/ou especialistas,
tipo:
"técnicos da seleção brasileira em copa do mundo"...

o certo "era se",
"eu faria assim",
"ele tinha que ter feito assado"...

Please, não julgue ninguém,
e não por preceitos religiosos fervorosos apenas;
 "não julgueis para não serdes julgados..."

Não se pode julgar, quando não se faz melhor , ou sabe dos motivos que levaram alguám a...e pronto.

Vamos deixar de enrolararregaçar as mangas, calçar as chinelas, sair do salto e fazer algo a respeito do muito que se tem para melhorar ?

Podemos começar pela nossa: 
aldeia,
sociedade,
bairro,
cidade,
estado,
país,
planeta!

Esse questionamento, começou com apenas um vazamento, num chuveiro daqui de casa,
que insite em vazar, vazar e empoçar.
Já vieram três especialistas e o caso só piorou...
então hoje, me sinto péssima em ser conivente com o nada a fazer...

Se as gotas que caem sobrando aqui, caíssem nas latas de quem espera uma para beber, seria uma benção.

Me vejo a essa hora, tomando um bocado de providências, enchendo baldes e baldes com as mãos para tentar minimizar o desperdício, porque insisto, se sou conivente sou culpada também...

Então passarei a madrugada rezando para amanhã cedo realizar o meu plano de achar um "consertador" como Sancleide a nossa assistente insiste em chamar: o encanador,o pintor...etc, etc, etc.
Queria também achar um "consertador" para todas as dores do mundo sarar...ah sábia Sancleide, esse é mesmo o nome do homem que precisamos achar!  
Deixa eu me mexer e outros baldes encher.

Ella F. and Louis Armstrong - Let's Call the Whole Thing Off

Love Me Or Leave Me

Nina Simone

Sutilmente

perdoar-se...

cap 27:


Hoje acordei procurando respostas para tudo o que se foi e quem se foi na minha vida...
sinto falta de uma tia,
um tio com quem sempre sonho e já morreu,
meus avós, meu pai...
de sonhos que nem eram meus...
sinto saudade do tempo em que em outra cidade esperava minha mãe se arrumar para ir ao teatro, sempre achava que ela era a mais linda estrela a brilhar.
Lembro de dormir agarrada a um urso que eu achava...me protegia e no fundo confortava as muitas noites sozinha naquela Curitiba fria.
Difícil ser diferente, ser notívaga há anos atrás, não era muito entendido ou aceito, e desde que saí do berço, troco as madrugadas pelas manhãs...

Perdão certamente é a maior expressão de amor,
por si ou pelo outro, que somos nós também...
Me peço perdão diariamente desde então, por palavras não faladas, gestos impensados, telefonemas não dados...
ou dados demais, rs!

Amar sem perdão não funciona, mas perder-se nesse perdão é fome que a alma nos faz relembrar.
Deus reside dentro de mim, como EU, mas não quero o profanar dizendo que DEUS sou eu, eu sou parte de DEUS.
E como tal, tenho que me orgulhar daquilo que sou ou posso voltar ...a simplesmente ser...
Assistindo  ou lendo COMER, REZAR e AMAR, me vejo em vários momentos,
tentando me despedir de amores passados,
erros errados, pratos trocados, da busca sem cessar.
Busquei tanto que não tive tempo de encontrar é o que vejo agora...
Vou treinar o perdão, aos outros e a mim mesma,
vou fazer outros planos,
investir em outros ramos,
Vou viver de novo então.
Sorrir com os olhos, com a mente e a boca, que deve se manter mais fechada, até que a página virada não possa mais reviver.
Peço perdão a você e a mim, perdôo a mim e a você...também,
por algo que nâo lembro ter dito mais sei ou insisto ...era diferente do que trazia no coração.
Saudade dos primos,
dos novos irmãos,
saudade de um tempo em que sinto, ainda nem vivi...
saudades hoje, de mim!